Após contratar banda de metal satanista, casal Antônio e Rayssa Furlan são recebidos por lideranças da Assembleia de Deus

O prefeito de Macapá, Antônio Furlan (MDB), contratou a banda de metal Sepultura por um valor superior a R$ 150 mil para se apresentar no Macapá Verão 2025. Além do pagamento do cachê, financiado pela prefeitura, a contratada enfrenta problemas com o Vaticano, o centro mundial do catolicismo, por divulgar, através de suas músicas, letras que exaltam Satanás.

O Papa Leão XIV não está sozinho nesta cruzada contra o satanismo explicitado pelos metaleiros do Sepultura. Importantes líderes religiosos em todo o mundo, inclusive neopentecostais e evangélicos, também exorcizam os músicos em razão da declarada adoração ao chefe do inferno.

Para exemplificar, a banda brasileira já foi impedida de realizar um show no Líbano, em 2019. A autoridade máxima da Segurança Geral do local teve os vistos para o país negados sob a acusação de “insultar os cristãos, serem adoradores do diabo, terem realizado um show em Israel e terem gravado um vídeo em apoio a esse país”.
“A luta contra o que é percebido como satanismo na música, especialmente em gêneros como o metal, não se limita apenas às figuras religiosas tradicionais. Muitos líderes religiosos veem a música pesada como uma ameaça à moralidade e à espiritualidade de cristãos, muçulmanos e judeus. Eles argumentaram que as letras e a estética do metal promovem uma cultura de rebeldia e desobediência aos valores morais”, explica o sociólogo Marcus dos Santos Vieira.
Possivelmente, os líderes da Igreja Assembleia de Deus em Macapá, onde Antônio Furlan “recebeu ovações” durante as comemorações dos 108 anos da instituição, sejam críticos fervorosos de propagadores do satanismo, como a banda Sepultura, contratada pelo prefeito para se apresentar em Macapá para milhares de adolescentes.
“É bem conhecida as ações de evangélicos que frequentemente organizam eventos de exorcismo ou sessões de oração em grupo, onde buscam libertar os jovens de influências malignas. Além disso, há um movimento crescente entre algumas comunidades religiosas para criar alternativas musicais que reflitam suas crenças, oferecendo aos jovens uma forma de expressão que não esteja ligada ao que eles consideram o pecado”, assinala Vieira.