Prefeito Furlan é criticado por gastar dinheiro público em viagem turística a Macaé

Em março passado, o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal do Amazonas conduziram uma investigação que tinha como foco principal o prefeito de Manaus, David Almeida, devido à sua viagem ao Caribe com a primeira-dama Izabelle Fontenelle e empresários com contratos de milhões de reais com a administração municipal. Tudo custeado com dinheiro público.

Macapá, junho de 2025. O prefeito Antônio Furlan (MDB) anuncia, por meio de um vídeo veiculado nas redes sociais, que estava embarcando para o município de Macaé, localizado a 190 quilômetros a nordeste da capital do Rio de Janeiro, com uma comitiva composta por empresários, vereadores e secretários. Assim como David Almeida, Furlan também usa dinheiro público para financiar a viagem à chamada “Capital Nacional do Petróleo”.

Na Câmara Municipal de Macapá, vereadores de oposição já se mobilizam para requerer que as autoridades policiais investiguem de onde saiu o dinheiro para bancar a viagem e a estadia da comitiva na cidade carioca. Antônio Furlan justificou o deslocamento temporário como “troca de experiências” devido à possibilidade de o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) liberar as licenças para exploração de petróleo na Margem Equatorial.

A ida do prefeito à Macaé está gerando um clima de tensão na CMV, com os oposicionistas levantando questões sobre a transparência dos gastos públicos e a ética nas decisões que envolvem recursos financeiros da cidade. A viagem, apresentada como uma oportunidade para aprendizado e troca de experiências, está sendo vista como uma justificativa frágil diante da gravidade do tema em pauta.

Eles concordam que a exploração de petróleo pode ter impactos positivos na economia local, no entanto, é fundamental que todas as ações relacionadas a esse assunto sejam conduzidas com total clareza e responsabilidade. Também destacam a importância de se garantir que os interesses da população macapaense sejam priorizados em qualquer negociação ou decisão tomada.

Enquanto os debates entram em espiral crescente na CMV, prefeito e comitiva flanam por Macaé em busca de um suposto “conhecimento” sobre “negócios relacionados ao petróleo”. 

“Essa viagem, embora ostensivamente voltada para a capacitação e aprendizado, levanta questões sobre a transparência das ações do prefeito Antônio Furlan. Macaé, conhecida como um polo de exploração e produção de petróleo, oferece uma série de oportunidades que podem ser exploradas para o desenvolvimento econômico da capital amapaense. Entretanto, a ausência de um diálogo aberto com a população sobre as decisões que estão sendo tomadas pode gerar desconfiança. O que realmente está em jogo? Seria essa uma oportunidade genuína de aprendizado ou uma estratégia para fortalecer laços com empresas do setor visando interesses pessoais? Além disso, como as políticas públicas relacionadas ao petróleo podem ser moldadas após essas interações?”, questiona Gilberto Andrade, economista e professor universitário.

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